A influenciadora digital Virgínia Fonseca prestou depoimento nesta terça-feira (13) na CPI das Apostas Esportivas, realizada no Senado. Então, o objetivo da comissão é investigar os possíveis impactos das plataformas de apostas online sobre a sociedade e analisar possíveis vínculos com crimes financeiros, como lavagem de dinheiro.
Qual o motivo da convocação?
Com uma base de mais de 53 milhões de seguidores no Instagram e acordos publicitários que somam valores milionários, assim, Virgínia Fonseca consolidou-se como uma das maiores promotoras de plataformas de apostas no país. A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI das Bets, foi a responsável por pedir a convocação da influenciadora. Segundo ela, é essencial compreender como campanhas promovidas por celebridades afetam o comportamento do público.
No pedido oficial, a senadora ressaltou que Virgínia exerce forte influência na promoção de empresas de apostas online, contudo, isso gera dúvidas sobre o impacto e a responsabilidade social dessas ações publicitárias nas plataformas digitais.
O que está em investigação?
A CPI das Bets busca entender como essas plataformas impactam o orçamento das famílias brasileiras e apurar se há esquemas ilícitos por trás de suas operações, como associação criminosa e lavagem de dinheiro.
A situação de Virgínia ganhou ainda mais repercussão após uma matéria da Revista Piauí, publicada em janeiro de 2024, revelar detalhes de um contrato entre ela e a empresa Esportes da Sorte. De acordo com a matéria, a influenciadora teria recebido um valor antecipado de R$ 50 milhões, além de uma comissão de 30% sobre os prejuízos dos usuários que acessassem os jogos por meio de seu link de indicação.
Esse modelo de remuneração gerou grande polêmica, por ligar os ganhos da influenciadora às perdas financeiras do público. Logo após encerrar o contrato com a Esportes da Sorte, Virgínia firmou um novo acordo com a Blaze, no valor de R$ 29 milhões por ano, mantendo a mesma forma de comissão.
Outros negócios e polêmicas
Além de ser uma influenciadora digital de sucesso, Virgínia Fonseca também se sobressai no mundo dos negócios. WePink, obteve um faturamento de R$ 325 milhões em dois mil e vinte e três. Ela também é dona da Maria’s Baby, voltada para o mercado infantil, e da Talismã Digital, sua própria agência de marketing e publicidade.
Mesmo com o sucesso nos negócios, sua imagem já foi alvo de críticas. Entre as principais reclamações estão o excesso de publicidade em suas redes e a falta de transparência nas postagens patrocinadas.
O que a CPI quer saber de Virgínia Fonseca?
A comissão deseja que Virgínia explique os critérios utilizados na seleção das marcas que promove e os fatores que considera ao fechar acordos publicitários. O Senado também quer entender se há conflitos éticos em sua atuação como influenciadora, especialmente quando o lucro está diretamente associado ao prejuízo de seus seguidores.
Outras figuras sob investigação
A CPI não está focada apenas em Virgínia. Outras personalidades do universo digital também foram chamadas a prestar esclarecimentos, incluindo o ex-BBB Felipe Prior. Além disso, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) foi acionado para apurar transações financeiras suspeitas envolvendo influenciadores.
Outro nome citado nas investigações é o da advogada Deolane Bezerra, que chegou a ser presa em 2024, acusada de envolvimento com esquemas ilegais de apostas e lavagem de dinheiro.
convocação de Virgínia Fonseca
Enfim, a convocação de Virgínia Fonseca para depor na CPI das Bets reacende o debate sobre a responsabilidade de influenciadores digitais ao promover produtos e serviços que podem impactar financeiramente seus seguidores. Então, a CPI se compromete a intensificar as investigações e revelar os detalhes ocultos por trás das táticas de marketing utilizadas pelas plataformas de apostas no Brasil.
